sábado, 6 de outubro de 2012

Escolhendo um instrumento

Com este primeiro post no blog achei por bem "começarmos pelo começo", afinal de que vale eu já ir direto pras cabeças se muitos ainda nem tem o instrumento, não é?
Terei como objetivo esclarecer dúvidas frequentes que percebo em meus clientes na Ka Luthieria, desmistificar as histórias da área que se tornaram verdadeiras "lendas urbanas" e ajudar você, leitor, a ter uma visão mais ampla sobre seus instrumentos.
Para dar início, um tema comum a qualquer músico: a procura pelo instrumento perfeito.
Quando começamos a tocar, raramente temos informações suficientes para fazer uma escolha acertada e, como nem sempre os vendedores têm esses dados, montei um pequeno passo a passo do que deve ser levado em conta na hora de comprar um equipamento.Independentemente da faixa de preço desejada, observe se o instrumento possui tensor, pois ele é um dos principais diferenciais e leva a uma maior vida útil da guitarra, do baixo ou do violão; mantendo-o bem regulado, ele ajuda a controlar empenamentos (quando o braço se torna côncavo:

 ou convexo:)

e a prevenir torções (quando o braço torce no sentido de um 8):


além de garantir um maior conforto ao tocar. Há como identificar um empenamento de braço como o mostrado na fig. 1 com o truque de apertar a última casa e a primeira: se o meio da corda não estiver encostando nos trastes, é sinal de que o braço está "para frente".
Outro fato importante a ser observado é o estilo de música que será tocado com ele. Antes de ir à loja, procure pesquisar se os seus ídolos tocam com captadores do tipo single ou humbucker (captadores "duplos"); ao escolher o tipo de captador certo, será possível reproduzir com mais fidelidade o som desejado. Opte por guitarras de modelos mais convencionais, sem muitas pontas e chifres, pois eles, além de favorecerem a perda de som do ponto de vista acústico, são desconfortáveis para o estudo. Quando o vendedor perguntar sobre o modelo, cite nomes como Stratocaster, Telecaster, Les Paul e SG - além
de confortáveis, ainda oferecem uma maior possibilidade e valor de revenda, assim como são produzidos por indústrias de várias faixas de preço. Pergunte também sobre as madeiras utilizadas na confecção do braço e o corpo. Madeiras com bom timbre fazem com que sua guitarra valha um upgrade ao invés de trocá-la, o que sai mais barato e, às vezes, é até melhor. Mogno e cedro podem ser referência de boas madeiras de corpo para aqueles que gostam de timbres mais graves, enquanto ash, alder, maple e marupá têm características mais agudas e brilhantes. Para o braço, prefira madeiras mais resistentes, como o maple, pau-marfim e até o próprio mogno; já para a escala existem algumas "regras" gerais - madeiras claras tendem a ter um timbre mais agudo, favorecendo os harmônicos dessa gama, enquanto as madeiras escuras tendem a ter um timbre mais grave (com exceção do ébano, que tem um timbre mais agudo, apesar de sua relativa deficiência acústica).
Por hoje é só. Até a próxima.

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