domingo, 14 de outubro de 2012
Depois da compra.
Na último post, falamos sobre a boa escolha do instrumento, incluindo tipos de madeiras e seus formatos. Hoje, você vai ficar sabendo quais são os passos seguintes à compra e ainda o que ocasiona os empenamentos.
É recomendado, após comprar a guitarra, levá-la ao seu luthier de confiança e pedir uma revisão. Atualmente, a maior parte dos instrumentos é feita na China, Coreia ou Indonésia e o transporte para o Brasil é feito por meio de navios, o que faz com que tenham um contato muito prolongado com a umidade do mar; sem contar que a natural diferença climática entre o país de origem e de destino desregula qualquer guitarra. Peça ao luthier que regule o braço e a altura dos captadores, hidrate a escala e lubrifique o hardware. Esse também é um bom momento para tirar as cordas originais, mesmo que estejam novas, e colocar as cordas da sua marca predileta - uma vez que raramente as guitarras são equipadas na fábrica com cordas de qualidade.
Por conta do clima e de sua influência, há ainda a questão dos empenamentos das madeiras. Eles ocorrem durante os processos de desdobro (um encurvamento causado pelas tensões de crescimento da madeira; há a tendência de as extremidades das peças se distanciarem do centro dela) e de secagem, tanto antes quanto depois da construção, por causa da alteração das fibras de acordo com a temperatura e umidade do ar. Todos os materiais sofrem alterações com a variação do clima, e apesar da possibilidade de diminuir os efeitos com uma madeira de qualidade bem seca e tratada, é impossível fazer com que ela não se altere. Note que seu instrumento, mesmo regulado, fica com a ação de cordas mais alta quando o tempo está mais quente e mais baixa quando o tempo fica subitamente mais frio. Com esses conceitos em mente, você conseguirá entender as escolhas das madeiras para os instrumentos.
Todas as madeiras utilizadas comumente para a fabricação de guitarras já são mais resistentes a esse tipo de variação: uma guitarra construída com um altíssimo padrão de qualidade pode aguentar uma variação de 15 graus sem que sua regulagem tenha sido muito comprometida. Já instrumentos que não têm o mesmo esmero na secagem e na escolha das madeiras apresentam empenamento e torções muitas vezes irrecuperáveis em pouco tempo, ou então necessitam de regulagens mais frequentes. Apesar de todas as madeiras serem resistentes, o que confere suas singularidades, além das aparências, são fatores como sua frequência de vibração (bata com um diapasão e encoste na madeira sem acabamento para ouvir seu timbre), ressonância, flexibilidade, estrutura das fibras, densidade e umidade.
Mesmo os instrumentos feitos em série soarão, cada um, de uma forma extremamente única. Não existem duas madeiras estruturalmente iguais, o que não resultará em dois instrumentos iguais em nenhuma hipótese.
Por hoje é só, muito obrigado e até a próxima!
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