terça-feira, 13 de novembro de 2012

Dedicação incrustada


Tá certo, nós amamos instrumentos.
Na maior parte das vezes é o som e o conforto quando você está tocando e a liberdade que ele te dá para alcançar seus sons e expressar sua música. Mas algumas vezes é a beleza que chama primeiro nossa atenção. Uma construção perfeita é apenas o começo nessa nova era da luthieria, a maioria das guitarras é melhor construída hoje do que em qualquer outra época, já que as CNCs fazem praticamente todo o trabalho e, se bem mantidas e alinhadas, não cometem os erros mínimos aos quais qualquer mão humana está sujeita. Mas acima da construção, a arte dos inlays e da marchetaria entrou numa nova etapa de desenvolvimento, onde até guitarras baratas podem se dar ao luxo de suntuosos inlays com desenhos diferenciados e frisos magníficos.
Mais recentemente os instrumentistas têm se habituado a esse novo horizonte e desenvolvido idéias próprias sobre o que eles querem para personalizar seu instrumento, e existem basicamente duas formas de um serviço deste gênero ser feito: por uma CNC (como boa parte das guitarras), e á mão, com muita paciência e técnica marcheteira. Sempre começa do mesmo jeito: o cliente liga com sua idéia e logo uma rápida conversa sobre o que ele quer, quanto ele quer gastar e quando ele quer que fique pronto é trabada para a definição dos pontos principais. Depois de definido isso, os materiais entram na conversa para sabermos se será feito em Abalone, Madre-pérola, madeiras exóticas, laminações ou acrílico - nessa hora vale tudo, inclusive juntar tudo isso num pacote só e deixar nas mãos habilidosas do marcheteiro a missão de fazer isso funcionar junto.
Ainda sem grandes expoentes brasileiros nessa área, alguns gringos chamam atenção pela perfeição e bom gosto de seus trabalhos, que acabam se tornando verdadeiras obras de arte. Conheçam Harvey Leach (http://www.leachguitars.com/guitarshop/) , Larry Robinson (http://www.robinsoninlays.com/) e Judy Threet (http://www.threetguitars.com/) com seus inlays a três mãos; o marcheteiro á moda antiga David Petillo (http://www.petilloguitars.com/) e Tom Ellis (http://www.ellismandolins.com/), um dos pioneiros da CNC.

Harvey Leach





 Judy Threet





Tom Ellis

CNC cortando a cavidade no headstock e cortando o Abalone para ser enxertado

Juntando as partes e o visual final.


David Petillo

  

Larry Robinson















Confira o que estes mestres tem a dizer direto lá da Premier Guitar (em inglês) e nos sites deles para ver os magníficos trabalhos desses artistas.
Até mais!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Manutenção da pintura


Nós já vimos como escolher bem um instrumento e fomos um pouco mais fundo nos processos e alterações sofridos pelas madeiras. Pois bem, já compramos e sabemos quais são as alterações que essa guitarra pode sofrer, mas hoje é dia de saber um pouco mais sobre o acabamento, os vernizes e sobre como limpar e manter essa guitarra para que ela continue nova por muito tempo.
Todos os instrumentos tem suas madeiras devidamente tratadas antes que este seja entregue ao cliente. Olhando para a sua guitarra você, antes de estar olhando para a madeira, está olhando para algumas demãos de verniz sobre a tinta sobre o fundo para dar uniformidade a madeira. Os tipos de verniz mais utlizados na confecção de guitarras são o PU (abreviação para Poliuretano, é um verniz sintético que tem como principais características o alto-brilho, a transparência, resistência á intempéries e a flexibilidade) e o o verniz Nitro (abreviação para Nitrocelulose, é um verniz não-sintético que tem como principais características suas camadas extra-finas, o seu "envelhecimento" característico que tende a amarelar sob a incidência de raios ultra-violeta, dizem ser um verniz que valoriza mais o som das madeiras) sendo mais comum o uso do verniz PU devido ao menor custo e a facilidade de aplicação significantemente maior. O verniz Nitro pode ser visto em guitarras Gibson e nas Fender antigas, uma vez que as séries novas tem acabamento em PU.



Conforme vamos tocando com o instrumento, existe a tendência de ocorrer um acúmulo de poeria e gordura que é difícil de ser retirado apenas com um pano seco. Muitos clientes me relatam experiências inusitadas com álcool, poliflor e lustra-móveis diversos e óleos, o que muitas vezes acarreta em manchas na pintura do instrumento e maior sucetibilidade à aparição de mais poeira e gordura. O método correto para a limpeza do instrumento requer algodão e uma solução alto-brilho de sua preferência (pode ser encontrada facilmente em casas de tintas automotivas). A utilização da cera de carro (Gran Prix, Cerabril, etc.) não é tão recomendada devido a presença de silicone em sua composição, o que marca muito conforme o instrumento é manuseado. Essas soluções de auto-brilho não possuem silicone e são quase líquidas de cor branca.
Antes de começar a limpar, retire tudo quando for possível retirar do caminho como cordas, escudo e plate (não retire o escudo e o plate caso você não tenha experiência com soldas). Aplique a solução no algodão e espalhe sobre a superfície do instrumento até que suma a impressão de branqueamento. Pegue outro algodão e finalize o processo esfregando o algodão seco sobre a pintura até que se atinja o brilho desejado. Se o seu instrumento tiver escudo você poderá repetir o mesmo processo nele. Para a poeira e a ferrugem que se acumulam na ponte e nas partes metálicas é aconselhado o uso de óleo de máquina e uma escova de dentes velha juntamente com uma flanela. Faça esse processo antes de polir o instrumento com a solução de auto-brilho.
Ao executar esses processos tome cuidado para não retirar as peças do lugar e, se resolver retirar os carrinhos e os parafusos da ponte do lugar para remover pontos de ferrugem e cranhas, leve em seguida ao seu luthier de cconfiança para que ele possa regular o instrumento novamente. Tome cuidado para não utilizar flanela, estopa ou quaisquer outros panos no processo da solução de auto-brilho pois isso fará parecer que a pintura do seu instrumento foi polida com uma esponja de aço e nem sempre é possível recuperar facilmente (sem a necessidade de uma nova pintura) esses casos.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

A internet é o que você faz.

Mais recentemente assistimos todos a acensão meteórica do koreano Psy e o seu Gangnam Style, que ganhou versões e mais versões, da mística do Inri Cristo até a mais óbvia do Pânico, reproduções e mais reproduções e agora até no rádio toca.
Daí o mais óbvio conservador vai logo atacar que a internet só serve pra proliferar esse tipo de besteira, que a música do cara é isso e aquilo, que serviu pro Latino fazer versão e tudo o mais, mas o grande barato é mesmo essa facilidade, é só saber aproveitar. No embalo dessa onda toda do Psy, uma versão mostra que nem tudo está perdido. Com vocês, Sungha Jung e a versão que vale a pena ouvir de Gangnam Style:



Ainda nessa onde, pra quem gosta de uma boa risada embalada por um dos melhores filmes do Jim Carrey, clica aqui e seja feliz!
 
 
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